segunda-feira, 24 de julho de 2017

Desabafinho

Tu chegastes assim
de superfície
límpida, clara, transparente
Que nem me importei com o inverno
Não fazia calor
Nem tampouco a vontade de muito me movimentar
Estava em falta qualquer indício de que
em breve, eu me interessaria em mergulhos...
Mas chegastes assim
suavemente...
E queria eu não falar de estações
que difícil para mim essa coisa
de não falar da natureza
Mas sim, Marujo...
Quis mergulhar. Em pleno inverno
Quis lavar o corpo e a alma
quis nadar nesse mar de estrelinhas
que tanto brilham, quando meus olhos se fecham
Esporte novo...
Mal mergulhei, e um emerge um impulso a saltar
querer subir cada vez mais alto,
para saltar ora de cambalhotas, ora de braços abertos
Saltar assim, amiúde, mas cada vez mais junto
mais profundo...
Eu, que sempre fui dos esportes radicais,
raríssimas vezes temi o desafio!
E agora, por deveras, tenho de encarar
o medo que bate a porta, me ameaçando a capacidade
"que é você? que é que tem?"
Eu tenho coragem, tenho vontade...
Também gosto muito de cuidar da mãe Terra,
portanto, quero é poder cuidar desse lago tão límpido
que me presenteou tanta transformação
De mais, nunca de menos, tenho o que tenho: amor
E é isso!
Seja a nado livre, seja de barquinho,
ao som de ondas, tempestade ou violão
A vida, que muito estava me convidando a pensar
questionar, e repensar os rumos
Tem convidado novos passageiros,
Tem querido discutir as rotas
Não sei bem quais são os destinos
Mas sempre aprendi que as estrelas - aos iniciados,
aos que compreendem os sinais da Imensidão
sempre indicaram o caminho...
Descobrir em você, toda essa constelação
Me fez perder a pressa de me achar
Quem sabe são as tuas estrelas que indicarão o caminho...

E não é um poeminha, nem é um poemão!
É um desabafo mesmo, desses do coração
Que tava todo apertado, todo cheio de emoção
E com um cadinho de medo, tentando dar vazão



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