sexta-feira, 25 de julho de 2014

Que frio!

    Um chá bem quente e meias. O frio me faz assim: incerta e insatisfeita. Não sei o que mais fazer para esquentar: não importa o quão quentinha eu fique, minhas mãos e pés sempre estarão gelados. Tá, nem sempre, mas predominantemente. O pé a gente resolve, coloca mais meias e aí fica tudo bem. A mão? Esquece. A vontade é não fazer nada e ficar com elas enroladas debaixo do cobertor. Ou ficar esfregando uma na outra e baforando aquele arzinho quente que sai de dentro da gente - quem nunca???
    A insatisfação logo se resolve quando a gente tem um carinho e um cafuné junto - da gente, não junto os dois, carinho E cafuné. Pode ser um ou outro. Nem sempre a gente consegue o cafuné, então eu me contento com o carinho: uma boa música, uma comidinha especial... Aquele docinho feito em casa, aquela fruta fresquinha de aguar a boca! São carinhos pra nossa alma...
   Já a incerteza, ah! A única coisa certa é que ela sempre estará presente... Queria saber de onde surgiu tanto -in- nessa vida. Incerteza, insegurança. Esta é mais difícil fazer sumir do que o frio nas mãos! E a temperatura é inversamente proporcional ao grau de nostalgia e a vivência da angústia do "que será de mim amanhã, meu Deus?!" Mas tudo bem. Tenho aprendido grandes lições com a vida!
    A primeira delas: o que tiver de ser, será. Não fiquemos parados porque não queremos perder a viagem! Mas não acelere, porque o presente da vida é admirar os caminhos, a paisagens.  E compartilho com você que tá na busca por seu caminho: nossos sentidos nos enganam. Tente prestar atenção naquilo que você nem imagina que existe. É bizarramente estranho isso, considerando que se não existe, não temos como observar. Mas quando abrimos nosso Portal, e começamos nosso caminho... Se tivermos este desejo, o que tiver de aparecer, aparecerá. Podemos compartilhar estas experiências depois... Posso falar sobre o verde das árvores. O verde vibrante do Reino Vegetal!
   Mas sobre as lições: também tenho aprendido que por mais que neguemos, que não acreditemos, que desconfiemos: nós SABEMOS o que queremos dessa vida! Sabemos exatamente quais são os caminhos que queremos seguir, as companhias que queremos ter, o alimento que queremos nos nutrir. Mas é muito, muito mais simples se jogar no velho "estou confusa, tenho medo das escolhas, e se não for isso?!" do que assumir a responsabilidade por nossas escolhas. Ainda mais quando não nos reconhecemos plenamente num ambiente - aí o desconforto é total. Somos vistos como estranhos ou sem domínio de nossas emoções e sentimentos. E perpetuamos esse desencontro ao não nos assumirmos enquanto nossos desejos e convicções profundas!
   É, mas a mais clichê de todas as lições é: a vida não é fácil! Que isso, minha gente. Não é fácil mas também não é difícil não. Basta se colocar nos trilhos e continuar, esse trem vai longe!
   Espero que minha viagem continue me mostrando maravilhosas paisagens, apresentando figuras inesquecíveis e grandiosas. Espero continuar contribuindo com Animo, contribuindo para a alma das pessoas, dos animais, das plantinhas. E que meu vagão seja referência de paz, de esperança, e que nunca saia dos trilhos.
   O frio nos deixa melancólicos, pensativos, e até mesmo preguiçosos. Tendemos a usar o frio pra fugir de nossas próprias aflições e questionamentos. Não precisamos estar no zero absoluto para que congelemos - congelar muitas vezes é a solução mais próxima. Pois que eu, você, que todos nós, façamos sublimar todo o gelo que nos limita!