sábado, 23 de junho de 2007

Uma nova juventude e consciência.

Bem do fim dos anos 1970 até o começo do século XXI era forte a decepção que os mais críticos tinham dos jovens. Estes viveram, primeiramente, uma onda muito forte que dizia: precisamos ficar milionários. “Ter” era a base para obter qualquer sentido na vida. As relações afetivas eram postas de lado e um vazio existencial veio como uma terrível ressaca.
Depois era uma apatia, um “tô nem aí” generalizado que escondia o desencanto e apagava qualquer sentimento de revolta que seria típico na juventude. O que se via eram pessoas sem base para continuar uma estrada que mal começara.
Isso se refletia nas artes, principalmente na música popular. Afinal, essa é a arte que está mais próxima dos acontecimentos sócil-culturais. É também a arte construída a partir desses jovens, pelo menos em grande parte.
Bom, isso aqui não é um tratado sobre a juventude nos últimos 28 anos. Por isso estou à vontade para falar besteiras: é apenas minha visão. E minha visão começa lá fora na luz que banha o mundo, terminando em um processamento aqui dentro, em mim.
Eu sempre achei que aquela “moçadinha” mais possibilitada, pela sorte econômica e pelo acesso à boa educação, a fazer algo pelo coletivo e, óbvio, por si próprios, estava perdida em seu mundinho egoísta e alienado. Estavam mesmo. Era pegar o diploma da faculdade pública, acesso quase exclusivo deles, e adeus “país de merda!”.
Detestavam tudo que fosse brasileiro, apenas pelo fato de ser brasileiro: o cinema, a música, o folclore, etc. Mas não agiam de forma criativa em relação. Ao contrário: “americano que é demais”. Eu sempre me irritava com isso e pensava: “idiotas, vocês nunca serão americanos”. E isso não é algo bom nem ruim por si só. É apenas um fato. Pra esse intento não adianta ter good pronunciation.
Além do mais, eu sempre soubera que nossa cultura é riquíssima e será para sempre nosso tesouro maior. Ser brasileiro: isso é maravilhoso (por si só!).
Chegamos ao novo século: a crueldade de Bush com suas guerras mentirosas e o seu desinteresse em relação ao mundo, de fato, climaticamente enlouquecido; a idéia de valorização das culturas regionais numa aldeia global; a percepção clara de que o capitalismo é crudelíssimo e de que é preciso incluir bilhões de seres humanos às mais básicas necessidades; o fortalecimento dos novos meios de comunicação; a chegada às universidades e escritórios da primeira leva de mulheres nascidas numa sociedade que lhes garante autonomia total em relação ao homem; etc e etc.
Tudo isso, não poderia ser diferente, está construindo uma nova juventude.
Parece que não, mas é dela que quero falar.
Nós do Teatro Mágico temos a honra de estarmos próximos desses jovens que querem debater, discutir, conhecer e experimentar o mundo e a si próprios. São jovens que não se curvaram aos ditames do gosto proposto pelas rádios e tvs; pelas gravadoras e produtores culturais.
Agora eles estão ousando mais.
Não são, como afirmam muitos, viciados em internete que vivem numa realidade imaginária. Pelo contrário, são BEM MAIS QUE VIRTUAIS.
A prova é que eles estão por aí: reivindicando e exigindo seus direitos. Melhor, e essas são as virtudes reais: exigem o respeito aos direitos de todo e qualquer grupo ou indivíduo que seja desrespeitado. E estão conectados, unidos. Assim se constrói uma verdadeira democracia.
Nós, farrapos, rotos, que surgimos de forma simples das periferias do Brasil, o TM, estamos sentido isso no apoio que recebemos desse pessoal que não dá ouvidos às infelizes referências do tipo: “neo-bicho-grilos, “neo-hippies”, “geração coca-cola-zero”, “eu fui ao fórum internacional”... Somos mais. Estamos além dos labels. Pra lá de qualquer rótulo. Nosso apoio à todos vocês também é verdadeiro.
Que comecem a perceber esses jovens e como estão construindo uma nova realidade. Sem os tolos arremedos “baby, I love you”: aqui se recria a nossa língua e a nossa realidade a partir do uso constante do que está a nossa volta: acessam o mundo e acessam seus “ins”. Não contentes com o umbigo, saem buscando “sis”. Não são antiamericanos nem antibrasileiros: pró-mundo-livre!
Hoje há vários jovens reclamando por dignidade nas universidades públicas. Querem dialogar justamente com aqueles que foram os “rebeldes” em décadas atrás. O caso é que agora a única rebeldia desses senhores é jurar que a “molecada” só está de farra e logo cansa. Não importa o que eles estejam reivindicando: eles não representam nada, na opinião dos nossos mandatários e de seus asseclas na imprensa. Apenas devem tirar seus diplomas e darem o fora.
Mas esses jovens parecem diferentes.
Já notei até que muitos deles crêem num mistério novo, num novo credo e não naquilo que foi pregado pelos pais de seus pais.
Sim, são os mesmos desafios: ainda lutam contra toda sorte de tirania. Há, é verdade, os infiltrados que tentam confundir os valores ao gritarem por direitos que negam a todos os outros. Isso também já foi visto. Mas nossos jovens sabem que enquanto outros fazem decretos, xigam, batem e mentem, eles fazem canções, peitam velhos canhões, amam livremente, gritam cantigas doces, lêem poesias, proferem seus refrões, sopram bolinhas de sabão sobre os escudos da tropa de choque...
Se eu pudesse, diria que é o momento de deixar todo o comodismo. É a hora de participar do mundo à sua volta. É a hora de ter responsabilidade e valorizar sem egoísmo e mesquinharia o que deve ser, conforme seu metro, valorizado e espalhado para todos os cantos.
Vamos tomar consciência de que esse “povo” somos todos nós: neguemos fronteiras invisíveis. Vamos perceber que os espaços públicos são nossos por direito e dever: tornemos salões e praças nossas. Vamos entender que os legisladores estão aí para nós e não nós aqui para eles: domemos leis e leões.
Eu estou cansado. Não de escrever, espero que você não esteja de ler. Do que estou farto, realmente, é de ter a “verdade” sempre sendo contada pela emissora G, pelo jornal E, pelo líder religioso P... Basta: façamos a vida ser nossa vida; tomemos a história à nossa pena; guiemos o destino pelas mãos.
Ora, claro que aquela juventude dos recentes anos passados tem valores inquestionáveis. Fizeram coisas maravilhosas, inclusive na música. Mas havia uma certa tristeza, um certo torpor, uma certa falta de identidade consigo mesma que culminou em algo ultraconservador, hipócrita, egoísta e falso-moralista.
Pra quem andava sem rumo eu diria o seguinte: “bem no fim do léu surgia um beleléu”. Ou seja, no fim do “dane-se” estará sempre o “me dei mal!”.
Lógico, em todas as épocas da história sempre haverá os saudosistas de forma intransigente. Mas o antigo neo, aquela inquietação saudável, aquele desejo de reinventar o óbvio e torná-lo em uma verdadeira novidade, sempre aparece.
Acho que a responsabilidade de vocês, jovens do fim da primeira década do século XXI, e em especial das mulheres, é enorme. Mas creio também que finalmente um espírito contestador e valorizador do ser humano despiu-se do véu acertando teens e recriando sins.
Vamos que tem chão.

TEXTO ESCREVINHADO POR: Galdino, violinista da trupe O Teatro Mágico

Saudade

Saudade, ah saudade.
Fecho os olhos, respiro fundo
Lembranças vem como uma correnteza
Invadindo, tomando posse de todo meu ser

Saudade, ah saudade.
Porque es assim?
Vens tão sem aviso, tão sem compromisso
E vais...

Não me lembre apenas de como era antes
Lembra-me, mas leva-me e deixa-me lá
Deixa-me suprir tudo o que tem feito falta..
Ah saudade, ah..

Mais forte que toda a força do universo,
tomas conta de mim..
ilude-me, alucina-me,
me da saudade, ah saudade, ah..

Ah saudade,
me deixe voltar, me deixe ficar..
naquela epoca em que
Ceu era algodão, e vida era doce...

Ah saudade.. ah.

segunda-feira, 18 de junho de 2007



O que é o qué: Não tem cor viva, não tem vida, é preto e branco, ou até corolido[!], mostra um, mostra dois, mostra geometria e geografia. Pode ser diferente, e pode ser igual, pode copiar, pode melhorar (e piorar).. e que só alguns conseguem sentir a verdadeira essencia ao existir?

Quem acertar ganha um abraço apertado!

Pseudo Informativo

Atenção atenção, por favor, a sua atenção!
Esse blog é um desacato as otaridades!

Sim, otaridades! Você certamente sabe o que é, na verdade, quem não sabe, é porquê nãããão é!
Nããããão não não minha gente, todos sabem, e a se sabem, é só pensar bem.
Agora se mesmo assim não souber, ok, tudo bem..

Um blog, mais um!
O vida ingrata, que nos traz essa mamata, e não leva de jeito nenhum.

Mas tudo bem, vivamos o aqui e o agora, porque outrora poderemos não mais aqui estar.

E que assim seja, bem vindo ao blog de uma das milhões de pessoas participantes da otaridade!

Até breve!